Bem vindo ao Apostolado Beata Imelda e Eucaristia!

A nossa intenção é a de divulgar a história da Bem-Aventurada Imelda Lambertini, dominicana, que faleceu aos 11 anos de idade logo após a sua Primeira Comunhão. O conteúdo do blog se restringirá apenas à meditações sobre a vida e exemplo da Beata Imelda Lambertini e também a postagens de textos e escritos dos mais diversos santos que tenham registrado documentos à respeito da Santa Missa e da Santíssima Eucaristia.

"Não sei como as pessoas não morrem de alegria ao receberem Nosso Senhor na Eucaristia!" (Beata Imelda Lambertini).

domingo, 21 de outubro de 2012

A Eucaristia - Centro da vida de Maria




I. A Santíssima Virgem vivia da vida eucarística de Jesus porque o amor requer a comunhão de vida.

Em Belém e Nazaré viveu da vida pobre e oculta de Jesus; no Egito, de sua vida perseguida; através das aldeias da Judeia, de sua vida apostólica, e, tendo também compartilhado de sua vida crucificada, devia, por conseguinte, e com maior razão, viver da vida eucarística de seu Divino Filho, que é a coroa de todas as outras.

Por meio da Eucaristia a Santíssima Virgem vivia uma vida totalmente interior, silenciosa e oculta, afastada do mundo, tendo Jesus por única testemunha e confidente. Sua vida transcorre na contemplação, em agradecer a infinita bondade da Eucaristia, e esta visão absorve completamente seu espírito, alimentando-o com a verdade; penetra suavemente seu coração, que não tem outro desejo e necessidade senão amar sempre melhor entregando-se completamente e cada vez mais a Jesus; o próprio corpo de Maria participa dos gozos e da paz celestial dessa vida; está totalmente espiritualizado; "Cor meum et caro mea exsultaverunt in Deum vivum". “Meu coração e minha carne exultaram em Deus meu Salvador”.
                                                  
II. Esta contemplação eucarística é mais ativa que passiva; é a alma que se entrega sem cessar a Deus, sob a impressão sempre nova e sempre mais deliciosa de sua bondade, sob a influência crescente das chamas de seu amor que a purificam dando-lhe a verdadeira liberdade e unindo-a mais intimamente ao seu Amado.
O recolhimento é a primeira condição para atingir esta contemplação; a alma, livre das imagens, dos objetos exteriores, desprendida de todo o afeto desordenado, se dirige diretamente a Deus como a agulha magnética para seu polo. A alma recolhida e fixada em Jesus alimenta-se de sua verdade, de sua bondade e de seu amor; a oração prolongada pouco ou nada lhe custa, pois livre de toda a escravidão pode seguir o Salvador por onde quer que vá sem que coisa alguma a violente ou a atraia para outro objeto; e ademais porque, sempre presente a si mesma, pode estudar e aprofundar os mistérios sobre os quais medita; vê as coisas em Jesus Cristo, em toda a sua realidade; o recolhimento e a contemplação fortificam sua vista tornando-a refletida e penetrante.

III. Quão perfeita devia ser a contemplação de Maria aos pés do Santíssimo Sacramento, dadas as luzes tão extraordinárias de sua fé, a pureza de sua vida e o amor tão perfeito de seu coração! Certamente as distrações, essa febre do espírito e do coração, jamais perturbariam a paz que fruía no seu Dileto. Sua alma, mais intimamente unida a Jesus do que seu próprio corpo, sorvia a largos tragos a água viva da graça e do amor; olvidava-se da terra para ficar só com Jesus, porque o amor se compraz em isolar-se, em simplificar-se e concentrar-se na unidade a fim de aderir sempre mais estreitamente a seu objeto.
O adorador, unindo-se a Maria adoradora, aplique-se com paciência e constância à virtude do recolhimento; exercite-se na contemplação de Jesus Cristo, procurando antes conhece-lO que gozar d’Ele, porque o amor nasce da verdade conhecida e, por isso, uma graça de luz vale muito mais do que a maior graça de consolação ou de doçura; o sentimento passa, mas a verdade permanece.

Oh! feliz a alma que a exemplo de Maria compreende esse mistério de amor, o deseja, clama por ele sem tréguas, e nele se exercita sem cessar; o reinado de Deus estabeleceu-se nela.


Matéria e Forma do Sacramento da Eucaristia - Santo Tomás de Aquino





Qual é a matéria do Sacramento da Eucaristia?

Pão de trigo e vinho de uva (LXXIV, 1, 2).

Que sucede na matéria, no momento de consagrar?

Que a substância do pão deixa de ser pão e a do vinho deixa de ser vinho (LXXIV, 2).

Em que se convertem as substâncias do pão e do vinho?

A do pão no corpo de Jesus Cristo e a do vinho no seu sangue (LXXV, 3, 4).

Que nome tem esta conversão ou troca?

O de Transubstanciação (LXXV, 4).

Que expressa a palavra transubstanciação?

A conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue.

Quem é capaz de efetuar tão estupenda transformação?

Só a Onipotência divina (Ibid).

Converte-se no corpo e sangue de Cristo somente a substância, ou tudo o que existe no pão e no vinho?

Somente a substância, permanecendo sem alteração os acidentes (LXXV, 2 ad 3).

Que entendeis, quando afirmais que permanecem os acidentes?

Que continuam, no mesmo estado, a extensão ou quantidade, a figura, a cor, o gosto, resistência e mais propriedades ou entidades sensíveis, por meio das quais viemos ao conhecimento do pão e vinho, antes da consagração.

Por que não se transformam também os acidentes?

Porque são necessários para manter e assegurar a presença sacramental de Jesus Cristo (Summa contra gentes, livro IV cap. LXIII)

Que aconteceria, se os acidentes se transformassem em corpo e sangue de Cristo?

Que o que foi pão e vinho desapareceria absoluta e totalmente (Ibid).

Que se segue, pelo contrário, com a permanência das espécies sacramentais?

Que, ligados a elas, mediante as suas respectivas substâncias, estão o corpo e sangue de Cristo, do mesmo modo como o estavam as substâncias do pão e vinho, de sorte que, assim como antes da transubstanciação, ao tocar os acidentes, tínhamos nas mãos as substâncias do pão e do vinho, temos, depois da transubstanciação, o corpo e o sangue de Cristo (Ibid).

O que há sob as espécies depois da consagração é, identicamente, o mesmo corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo?

Sim, Senhor (LXXV, 1).

Acha-se Jesus Cristo inteiro e completo no sacramento da Eucaristia?

Sim, Senhor; porque, se bem que sob as espécies do pão, em virtude das palavras sacramentais, só está o corpo e sob as do vinho o sangue, por concomitância, e já porque é impossível separar, na sua humanidade, os dois elementos, como foram separados na cruz, onde quer que esteja o corpo, ali está o sangue e a alma, e, onde se ache o sangue, o acompanham a alma e o corpo. Quanto à divindade não há dificuldades, pois, nunca, nem mesmo durante a morte do Redentor, se separou a pessoa divina da cada um dos componentes de sua humanidade (LXXVI, 1, 3).

Está Jesus Cristo inteiro em cada parte das espécies sacramentais?

Enquanto as espécies permanecem indivisas está completo em todo o Sacramento, e quando se fracionam, está tantas vezes inteiro e completo, quantas partes se hajam feito (LXXVI, 3).

É possível ver, tocar, ou de algum modo chegar ao corpo de Jesus Cristo no estado sacramental?

Não, Senhor; porque aquelas espécies acessórias aos nossos sentidos, não são acidentes do corpo de Cristo, único meio de chegar à sua substância (LXXV, 4-8).

Que se deduz desta verdade?

Que as espécies sacramentais o encerram como prisioneiro, e por sua vez o protegem, de sorte que, quando algum desalmado intente enfurecer-se contra o corpo de Cristo, só consegue profanar o Sacramento.

São inalteráveis as espécies sacramentais depois da consagração?

Não, Senhor; decompõem-se e transformam-se depois de poucos momentos de ingeridas como alimento, e também se corrompem abandonadas por muito tempo à ação dos agentes atmosféricos (LXXVII, 4).

Que sucede quando as espécies deixam de ser os acidentes do pão e do vinho, consagrados?

Que no mesmo instante cessa a presença eucarística de Jesus Cristo, pelo fato de desaparecer o motivo que o retinha enlaçado aos acidentes, e, mediante os acidentes, ao lugar por eles ocupado (LXXVI, 6 ad 3).

Logo, a presença eucarística de Jesus Cristo num lugar depende exclusivamente da consagração e da permanência dos mesmos acidentes do pão e do vinho consagrados?

Sim, Senhor; visto que a razão de tal presença, não podem ser as mudanças operadas no corpo impassível de Cristo, mas no pão e no vinho (Ibid).

Como se consagra?

Pronunciando com as devidas condições, a forma da Consagração (LXXVIII).

Qual é?

Para consagrar o pão: Isto é o meu corpo. Para consagrar o vinho: Este é o Cálice do meu Sangue, o Sangue do novo e eterno testamento, que por vós e por muitos será derramado em remissão dos pecados.

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Retirado do excelente blog:  osegredodorosario.blogspot.com.br 
PEGUES, Tomaz, O. P. A Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino em forma de catecismo: para uso de todos os fiéis. Taubaté: Editora SCJ, 1942, p. 219-221.