sábado, 10 de novembro de 2012

A Vida de Adoração em União com Maria (Parte I)




 I. Considerando atentamente as razões pelas quais Nosso Senhor nos deixou sua Mãe, separando-se d’Ela, parece-me que o fez porque desconfiava de nossa fraqueza e inconstância.

Temia Jesus que os homens, não sabendo como encontrá-LO e adorá-LO em seu Sacramento, se desgostassem e O esquecessem. A criança, como sabeis, não procura por muito tempo o que deseja; se não encontra, muda de ideia e recorre a outra coisa. É justamente o que Nosso Senhor receava de nós. Por isso nos deixa sua Mãe com a missão de tomar-nos pela mão, e conduzir-nos a seu Tabernáculo. A Santíssima Virgem vem a ser, pois, nossa Mãe por causa da Eucaristia; está encarregada de fazer-nos encontrar nosso Pão de vida e de no-lo fazer apreciar e desejar, recebendo a missão de nos formar à adoração.
Em Jerusalém, reúne uma piedosa comunidade com a qual distribui seu tesouro e sua graça de amor. Esta ação se estendia aos discípulos e aos primeiros fiéis; Maria educava seus filhos como verdadeira mãe, formando-os à virtude e aos seus deveres de estado. O que Maria fez então continuará a fazê-lo ainda por nós; há de instruir-nos acerca de Nosso Senhor na Eucaristia, fazendo-nos participar de sua piedade para com Ele, e de sua dedicação em seu serviço, porque tudo quanto pertence à mãe pertence aos filhos, é para eles que ela se enriquece.
Maria é mãe, fará portanto nossa educação. Quando o filho se distrai do trabalho, a mãe acorre logo para chamá-lo à ordem; quando está doente, ela o trata; não o deixa nunca; importa que desempenhe sua missão de educadora.
Será, pois Maria quem vos há de formar inspirando-vos seu modo de adorar, fazendo sua adoração em vós; somente Ela poderá vos ensinar a verdadeira e perfeita adoração; só um coração materno é capaz de se fazer compreender por seu filho. É mister que a Santíssima Virgem vos diga: "Vinde adorar comigo."

Nosso Senhor colocou Maria em nosso caminho para que seja o traço de união entre Ele e nós. Maria infunde o primeiro atrativo para Jesus. Instintivamente, a criança se dirige em primeiro lugar à mãe e esta logo a conduz ao pai, mas, por si mesma, não corre para ele; segue, antes, à mãe. E Nosso Senhor nos deu Maria por mãe a fim de que Ela seja para nós um primeiro centro de fácil atração; antes de conhecer a Eucaristia já conhecíamos o nome de nossa Mãe a quem amávamos. Maria nos atraiu, pois a si, formou-nos nas virtudes indispensáveis à vida eucarística, e assim deve ser: para mim. é evidente que não existirá verdadeira devoção à Eucaristia e nem haverá boas vocações para o Santíssimo Sacramento a não ser aquelas formadas por Maria. Não, não, a criança só se forma nos braços de sua mãe e no seu regaço. É preciso que todas as vocações passem pelas mãos de Maria, para que sejam agradáveis ao coração de Nosso Senhor.


Continua.

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